"Temos de abrir os olhos: o euro e a Europa estão à beira do precipício. Para que não caiam, a escolha parece-me simples: ou os estados-membros aceitam a cooperação económica reforçada que sempre defendi, ou transferem mais poderes para a União" afirmou Delors. .O antigo presidente da Comissão afirmou ainda que "desde o início da crise" que os dirigentes europeus "têm passado ao lado da realidade", acusando os líderes das grandes potências da Zona Euro, Alemanha e França, de "formular respostas vagas e insuficientes". ."Tal como estão, não servem para nada", disse Delors sobre as propostas do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chanceler alemã, Angela Merkel, de reforma das instituições comunitárias para responder à crise da dívida..Delors, francês de 86 anos, foi presidente da Comissão entre 1985 e 1995. .Na entrevista aos dois jornais francófonos, Delors defendeu a mutualização das dívidas dos estados-membros "até 60 por cento" do respectivo Produto Interno Bruto (PIB).."A mutualização parcial da dívida (...) devolveria sentido à cooperação comunitária. Os estados-membros devem, simultaneamente, levantar as suas últimas objecções aos seis projectos de directivas sobre governação económica, que o Parlamento Europeu logicamente reforçou para tornar mais automáticas as sanções em caso de derrapagem orçamental", afirmou Delors.